Ensino médio no contexto do PNE (2014-2024): Acesso e permanência protelados
DOI:
https://doi.org/10.18222/eae.v36.10601Palavras-chave:
Políticas Educacionais, Ensino Médio, Universalização do Ensino, QualidadeResumo
O presente artigo problematiza elementos de acesso e permanência com qualidade social no ensino médio no Brasil. Adota-se o método dialético, com ênfase na categoria metodológica contradição e nas categorias de conteúdo negação do acesso e protelação da permanência exitosa. Abordam-se, mormente, os indicadores educacionais: matrícula no ensino médio; taxa de atendimento escolar; população de 16 anos sem ensino fundamental completo; taxa líquida de matrícula; e população de 19 anos sem ensino médio. As análises revelam uma política educacional que secundarizou o Plano Nacional de Educação (PNE) (2014-2024) e, consequentemente, a urgência de ter todos os jovens de 15 a 17 anos na última etapa da educação básica. A universalização do ensino médio com qualidade social não pode mais ser protelada.
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